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O Brasil Africano

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Em nossa postagem sobre o Brasil Colônia, onde falamos sobre a chegada dos portugueses no Brasil, a primeira mão de obra que aqui existiu foi a indígena, mas isso durou pouco tempo. Pois logo o portugueses iniciaram o tráfico negreiro em nosso país, uma triste história do povo africano.


Já sabemos que a principal atividade econômica do Brasil após a chegada dos portugueses era a extração do pau-brasil. Isso durou até aproximadamente 1530, quando Martim Afonso aqui aportou a fim de colonizar o território.


Com essa expedição, chegou aqui também a cana-de-açúcar. Os indígenas foram os primeiros escravizados dos colonizadores, mas era um povo que não estava acostumado ao trabalho intenso. Ou acabavam morrendo de exaustão, ou mesmo pelas doenças que os europeus trouxeram com sua chegada. Muitos dos índios fugiram para o interior na tentativa de escapar dos portugueses. E conseguiam, já que para os indígenas, o território era completamente familiar. Diferente dos portugueses, que não possuíam a mesma facilidade em se embrenhar mata adentro.


Como os portugueses já estavam habituados com a escravidão, pois essa era uma prática adotada já do outro lado do Atlântico, com toda essa dificuldade com os indígenas, o jeito foi trazer a prática para o Novo Mundo.

Assim, a coroa Portuguesa passou a lucrar duplamente: com a exploração dos negros africanos escravizados e com a produção de cana-de-açúcar.


A Igreja Católica possuía uma vasta soberania sobre muitos africanos escravizados na ideia de evangelizá-los, por isso, não se opôs à escravização que Portugal impunha a esse povo.

Fora que, naquela época, o povo negro, já muito sofrido pela segregação que sofria, ainda não eram vistos como pessoas, seres humanos, e sim, como coisas, objetos, e por isso, poderiam ser escravizados, pois a corte europeia estava completamente de acordo.

Infelizmente, essa segregação continua até os dias de hoje, pois tudo isso, gerou na mente dos europeus e, portanto, brancos, que o povo negro seria inferior. O que sabemos que não é verdade, mas ainda hoje conhecemos muitos e muitos casos de racismo contra o povo negro em vários países, inclusive no nosso.


Mas voltando à economia do país, na época.


Lembrando que um dos objetivos da plantação era evitar que houvesse invasões por parte de outras nações, pois na cabeça dos colonizadores, se houvesse algum cultivo aqui, eles poderiam dizer efetivamente que aquele território era mesmo deles. Além disso, povoar estava dentro de outras medidas da colonização. Era preciso ser breve, pois holandeses e franceses estavam rondando o território.

A atividade açucareira passou a ser muito lucrativa e, somente com a mão de obra indígena, era impossível de conseguir ampliar seus lucros. A mão-de-obra europeia nem era cogitada na época e, por isso, iniciaram o tráfico negreiro para o Brasil.


Vale ressaltar que a escravidão em si, não se iniciou com a colonização portuguesa não. Já há relatos que na Mesopotâmia, em pleno ano 3500 a.C. essa prática já acontecia. Claro que em outros moldes e isso é conteúdo para outro vídeo. Se quiser conhecer esse tipo de escravização, deixe um comentário abaixo me avisando que logo que possível, farei um vídeo a respeito.


A travessia dos negros escravizados da África para o Brasil era feita em navios conhecidos como tumbeiros - que vem de tumba - já que havia uma grande taxa de mortalidade entre os transportados durante a viagem. 

Não havia a mínima condição de higiene e alimentação.

Dos sobreviventes, quando aqui chegavam, já se encontravam em péssimas condições de saúde.

A doença que mais se alastrava entre o povo escravizado da época era o escorbuto. Causada pela deficiência de vitamina C.

Alimentavam-se, na maioria das vezes, uma única vez por dia e nem sempre bebiam água potável.

Sendo que nem é preciso mencionar que não havia nenhum tipo de medida sanitária. Ficavam em porões úmidos, escuros e ali mesmo realizavam suas necessidades fisiológicas. Ainda contavam com mais companheiros de viagens, os ratos


Para ter ideia do quão lucrativo era esse comércio, que o dono do escravo, levava de 1 ano e 6 meses à 2 anos e meio de trabalho para recuperar o valor gasto com 1 escravo. E claro, quem trabalhava duro para essa recuperação era o próprio escravizado.


Somente em 1850, com a Lei Eusébio de Queirós é que o tráfico de escravos foi proibido.
Falo sobre isso no vídeo que coloquei no youtube chamado Os ingleses e o fim do tráfico dos escravizados.



Estima-se que mais de 4 milhões de africanos tenham desembarcado no Brasil entre 1550 e 1850, trazidos à força de seu continente, de regiões onde hoje estão Angola, Benin, Congo, Costa do Marfim, Guiné, Mali e Moçambique.


Eram povos que vinham de diversos locais da África, com línguas, religiões, habilidades e costumes distintos. O que dificultava para os negros, pois nem sempre falavam a mesma língua e, às vezes, eram até de tribos rivais.


Isso foi estrategicamente pensado pelos portugueses da época, pois assim dificultava as possibilidades de organizações de grupos de fuga e movimentos de resistência.
Amigos e parentes eram separados já no embarque dos negros.

Apesar de que, os negros acabavam se aproximando de outros, dentro dos navios para amenizar a dor da separação. Ali, estavam literalmente todos no mesmo barco. Costumavam se chamar de MALUNGOS, na tradução: “Companheiros de viagem” ou “Companheiros de sofrimento”.


Essa união foi fundamental para que, mesmo fora da África, pudessem manter sua cultura viva no Brasil.


Nos dias de hoje, muito da cultura africana ainda vive por aqui, por exemplo:

As religiões: como a umbanda e o candomblé.
Na culinária, temos o acarajé, o vatapá, o caruru, o cuscuz, o angu

Muitos ritmos musicais ocidentais originaram-se com base na música africana, como o samba, o axé e o maracatu;


Estou deixando um joguinho online para você aprender mais sobre esse conteúdo



Espero que tenha contribuído para seu conhecimento. Gratidão por chegar até aqui. Até o próximo vídeo e… Beijinhos da prô!





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