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22 de jan. de 2012

A MENINA E O PÁSSARO ENCANTADO



Era uma vez uma menina que tinha como seu melhor amigo um Pássaro Encantado.
Ela era encantado por duas razões: primeiro, porque não vivia em giolas. Vivia solto. Vinha qunado queria. Vinha porque amava.
Segundo, porque sempre que voltava suas penas tinham cores diferentes, as cores dos lugares por onde tinha voado.
Certa vez ele voltou com penas imaculadamente brancas e contou histórias de montanhas cobertas de neve. Outra vez suas penas estavam vermelhas e ele contou histórias de desertos incendiados pelo sol. Era gradne a felicidade quando estavam juntos. Mas sempre chegava o momento quando o pássaro dizia: “Tenho de partir”.
A menina chorava e implorava: “Por favor, não vá, fico tão triste. Terei saudades e vou chorar…”
“Eu também terei saudades”, dizia o pássaro. “Eu também vou chorar. Mas vou lhe contar um segredo: eu só sou encantado por causa da saudade que faz com que minhas penas fiquem bonitas. Se eu não for não haverá saudade. E eu deixarei de ser o Pássaro Encantado e você deixrá de me amar”.
E partia. A menina, sozinha, chorava. E foi numa noite de saudade que ela teve uma ideia:
“Se o pássaro não puder partir, ele ficará. Se ele ficar, seremos felizes para sempre. E para ele não partir basta que eu o prenda numa gaiola”.
Assim aconteceu. A menina comprou uma gaiola de prata, a mais linda. Quando o pássaro voltou, eles se abraçaram, ele contou histórias e adormeceu.
A menina aproveitando-se do seu sono, o engaiolou. Quando o pássaro acordou deu um grito de dor.
“Ah! Menina… que é isso que você fez? Quebrou-se o encanto. Minhas penas ficarão feias e eu me esquecerei das histórias.
Sem a saudade o amor irá embora…”
A menina não acreditou. Pensou que ele acabaria por acostumar.
Mas não foi isso que aconteceu. Caíram suas plimas e o penacho. Os vermelhos, os verdes e os azuis das penas transformaram-se num cinzento triste. E veio o silêncio: deixou de cantar. Também a menina se entristeceu.
Não era aquele pássaro que ela amava. E de noite chorava pensando naquilo que havia feito com seu amigo…
Até que não mais aguentou. Abriu a porta da gaiola.
“Pode ir, pássaro”, ela disse. “Volte quando quiser”.
“Obrigado, menina”, disse o pássaro. “Irei e voltarei quando ficar encantado de novo. E você sabe: ficrei encantado de novo, quando a sudade voltar dentro de mim e dentro de você!”
Rubem Alves

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