RIQUE ROQUE
Tema: Gula.
Adaptação de Maria R. do Amaral
Tema: Gula.
Adaptação de Maria R. do Amaral
RIQUE ROQUE era um ratinho muito guloso e sonhador. Tinha a cauda fina e comprida, como um chicotinho. Uns olhos vivos e um focinho mais buliçoso que já se viu. Morava em um grande quintal. Sua toca ficava bem perto do muro. Mas ele pouco parava lá dentro. Vivia a roer aqui e acolá, com seus dentinhos de serra. E gostava muito de passear.
Tinha muitos amigos ali no quintal. Quem conhecia Rique Roque gostava dele na certa. Os outros bichinhos achavam graça na sua figura esperta. Miúdo e apressado, vivia distraído com suas idéias e suas artes. Que ratinho engraçado e travesso! Vivia sempre a procura de aventuras. Sua vontade era descobrir coisas, lugares novos ou petiscos cheirosas e gostosos.
Safava-se das ratoeiras que os homens colocavam para pega-lo. Por pouco não era apanhado pelas garras afiadas de Negrito o gato da casa. Mas levava a vida a sonhar. Como era muito guloso, procurava ir buscar toucinho e queijo na dispensa. Certa noite, estava ele na porta de sua toca e em vez de olhar o chão em busca de migalhas, olhou para o céu e viu a lua. Nunca dera com ela tão redonda e branca, brilhando entre as estrelas. Ficou admirado. Chamou o seu amigo jabuti e falou:
_Olhe, Jabuti, olhe só aquilo no céu, que será?
_É a lua Ríque Roque! Respondeu o Jabuti.
_Lua? Qual, amigo; aquilo é um queijo.
O Jabuti não pode evitar uma risada de caçoada.
Procurou convencer o ratinho que a lua não era queijo. Mas o guloso do Rique Roque nem se importou com o que dizia o amigo, e saiu contando a todos os bichos, que vira um queijo no Céu. E o pior é que ficou louco para ir comer o tal queijo. " A dificuldade, pensava o guloso- é subir até esse queijo tão alto. Como farei?" Enquanto pensava, Rique Roque, Passeava de um lado para outro no quintal. Enquanto, isso estava inquieto e com o rabinho a tremer. Mãos cruzadas as costas e focinho para o ar, estudava um meio de ir a lua.
Pedir asas emprestadas ao amigo Bem-te-vi, seria tolice; não sabia mesmo voar. Depois rato com asas até pareceria morcego! E isso é que ele não queria.
Construir um balão seria impossível! Ir nas costas de um tico-tico, era coisa arriscada; podia perder o equilíbrio e... adeus Rique Roque!... Afinal teve uma idéia! Foi até ao canto do muro e chamou dona aranha. Era uma velha amiga, muito paciente e bondosa. E pediu: "A senhora pode me fazer um favor? Preciso subir no Céu para comer aquele queijo. Quer me construir uma escada com os fios com que faz as suas teias?" A aranha vendo que o ratinho apontava a lua, deu risada. Procurou convencei-lo de seu engano:
_Aquilo é lua, meu amigo...
Mas Rique Roque era teimoso. Vendo que ele não mudava de idéia, dona aranha prometeu fazer uma escada. Foi buscar o seu novelo e levou toda a noite ocupada. E teceu para Rique Roque, uma escada longa e bastante resistente. Na noite seguinte, lá estava a lua no alto, brilhante e redonda. O ratinho já tinha a escada, mas onde prende-la para subir ao céu? Procurou seu amigo lanternimha que era um alegre vaga-lume, e perguntou: Vaga-lume, quer prender a ponta desta escada no Céu, para eu subir? O vaga-lume achou graça, mas resolveu não magoar o amiguinho. Pegou a ponta da escada e prendeu la no alto do telhado. Rique Roque amarrou uma merenda num lencinho e pendurou-o no ombro pois julgava que a viajem fosse muito longa. Despediu-se da bicharada do quintal, e todos acharam aquela viagem uma loucura. Mas quem iria convencer o ratinho mais sonhador deste mundo? Voltou por duas vezes, pois ficou muito cansado. Mas não desistiu.
Queria mesmo aquele queijo. Subiu novamente e os amiguinhos em baixo diziam: sobe Rique Roque, sobe que falta pouco. Ele já punha a linguinha de fora de tão cansado. Suas patinha tremiam. Desceu novamente. Pobre Rique Roque, disseram os seus amigos, temos que ajuda-lo. Vamos arranjar um queijo e pendurar no telhado; Assim ele come o queijo e pensa que comeu a lua. Todos aplaudiram. É mesmo uma idéia ótima. Conseguiram o dinheiro com dona baratinha, e compraram um queijo grande, redondo e muito branco. O mico pula trepa subiu no telhado e amarrou o queijo bem na ponta do telhado, com a corda de teia que dona aranha havia feito. Tudo isso escondido de Rique Roque. No outro dia foram ver a nova subida do ratinho. Ele não desanimara, Veio bem disposto. E lá se foi escada a cima...
Já ia ficando cansado, mas olhando para cima viu o queijo tão pertinho que se animou todo. Podia até sentir o cheiro bom que dele vinha...
_Upa, mais um pouco, dizia para si mesmo.
E patinha aqui, patinha ali, lá subia nosso herói.
_Upa!.. Afinal! ali estava o petisco desejado, cheiroso e fresquinho. E pensava. Todos diziam que era lua! Eu sabia que era um queijo. Mas lá no Céu a Lua ria, escondida entre as nuvens, daquele ratinho sonhador. Ele soltando as amarras, deixou que caísse o belo queijo, e desceu rapidamente a escada, e logo chegou para come-lo. E enchia a barriguinha, muito contente.
No dia seguinte, todos queriam ver o ratinho tão feliz. Este ainda guardou uns pedaços do queijo para os amigos. Mas o mico pula trepa estava preocupado. E quando o Rique Roque ver de novo a Lua no Céu?....Será que não vai desconfiar de nossa brincadeira?
_É mesmo, comentou o Jabuti.
_E todos ficaram pensativos.
_Mas nada aconteceu. Por diversas noites a lua ficou encoberta com nuvens, e choveu muito. E na outra semana a lua já não estava mais redonda. Era tempo de minguante e ela só apareceu fininha e curva. E Rique Roque que andava olhando o céu, ao vê-la assim, comentou com o Jabuti:
_Comi todo o queijo do Céu... Só deixei a casca.
_Esse Rique Roque...
Tinha muitos amigos ali no quintal. Quem conhecia Rique Roque gostava dele na certa. Os outros bichinhos achavam graça na sua figura esperta. Miúdo e apressado, vivia distraído com suas idéias e suas artes. Que ratinho engraçado e travesso! Vivia sempre a procura de aventuras. Sua vontade era descobrir coisas, lugares novos ou petiscos cheirosas e gostosos.
Safava-se das ratoeiras que os homens colocavam para pega-lo. Por pouco não era apanhado pelas garras afiadas de Negrito o gato da casa. Mas levava a vida a sonhar. Como era muito guloso, procurava ir buscar toucinho e queijo na dispensa. Certa noite, estava ele na porta de sua toca e em vez de olhar o chão em busca de migalhas, olhou para o céu e viu a lua. Nunca dera com ela tão redonda e branca, brilhando entre as estrelas. Ficou admirado. Chamou o seu amigo jabuti e falou:
_Olhe, Jabuti, olhe só aquilo no céu, que será?
_É a lua Ríque Roque! Respondeu o Jabuti.
_Lua? Qual, amigo; aquilo é um queijo.
O Jabuti não pode evitar uma risada de caçoada.
Procurou convencer o ratinho que a lua não era queijo. Mas o guloso do Rique Roque nem se importou com o que dizia o amigo, e saiu contando a todos os bichos, que vira um queijo no Céu. E o pior é que ficou louco para ir comer o tal queijo. " A dificuldade, pensava o guloso- é subir até esse queijo tão alto. Como farei?" Enquanto pensava, Rique Roque, Passeava de um lado para outro no quintal. Enquanto, isso estava inquieto e com o rabinho a tremer. Mãos cruzadas as costas e focinho para o ar, estudava um meio de ir a lua.
Pedir asas emprestadas ao amigo Bem-te-vi, seria tolice; não sabia mesmo voar. Depois rato com asas até pareceria morcego! E isso é que ele não queria.
Construir um balão seria impossível! Ir nas costas de um tico-tico, era coisa arriscada; podia perder o equilíbrio e... adeus Rique Roque!... Afinal teve uma idéia! Foi até ao canto do muro e chamou dona aranha. Era uma velha amiga, muito paciente e bondosa. E pediu: "A senhora pode me fazer um favor? Preciso subir no Céu para comer aquele queijo. Quer me construir uma escada com os fios com que faz as suas teias?" A aranha vendo que o ratinho apontava a lua, deu risada. Procurou convencei-lo de seu engano:
_Aquilo é lua, meu amigo...
Mas Rique Roque era teimoso. Vendo que ele não mudava de idéia, dona aranha prometeu fazer uma escada. Foi buscar o seu novelo e levou toda a noite ocupada. E teceu para Rique Roque, uma escada longa e bastante resistente. Na noite seguinte, lá estava a lua no alto, brilhante e redonda. O ratinho já tinha a escada, mas onde prende-la para subir ao céu? Procurou seu amigo lanternimha que era um alegre vaga-lume, e perguntou: Vaga-lume, quer prender a ponta desta escada no Céu, para eu subir? O vaga-lume achou graça, mas resolveu não magoar o amiguinho. Pegou a ponta da escada e prendeu la no alto do telhado. Rique Roque amarrou uma merenda num lencinho e pendurou-o no ombro pois julgava que a viajem fosse muito longa. Despediu-se da bicharada do quintal, e todos acharam aquela viagem uma loucura. Mas quem iria convencer o ratinho mais sonhador deste mundo? Voltou por duas vezes, pois ficou muito cansado. Mas não desistiu.
Queria mesmo aquele queijo. Subiu novamente e os amiguinhos em baixo diziam: sobe Rique Roque, sobe que falta pouco. Ele já punha a linguinha de fora de tão cansado. Suas patinha tremiam. Desceu novamente. Pobre Rique Roque, disseram os seus amigos, temos que ajuda-lo. Vamos arranjar um queijo e pendurar no telhado; Assim ele come o queijo e pensa que comeu a lua. Todos aplaudiram. É mesmo uma idéia ótima. Conseguiram o dinheiro com dona baratinha, e compraram um queijo grande, redondo e muito branco. O mico pula trepa subiu no telhado e amarrou o queijo bem na ponta do telhado, com a corda de teia que dona aranha havia feito. Tudo isso escondido de Rique Roque. No outro dia foram ver a nova subida do ratinho. Ele não desanimara, Veio bem disposto. E lá se foi escada a cima...
Já ia ficando cansado, mas olhando para cima viu o queijo tão pertinho que se animou todo. Podia até sentir o cheiro bom que dele vinha...
_Upa, mais um pouco, dizia para si mesmo.
E patinha aqui, patinha ali, lá subia nosso herói.
_Upa!.. Afinal! ali estava o petisco desejado, cheiroso e fresquinho. E pensava. Todos diziam que era lua! Eu sabia que era um queijo. Mas lá no Céu a Lua ria, escondida entre as nuvens, daquele ratinho sonhador. Ele soltando as amarras, deixou que caísse o belo queijo, e desceu rapidamente a escada, e logo chegou para come-lo. E enchia a barriguinha, muito contente.
No dia seguinte, todos queriam ver o ratinho tão feliz. Este ainda guardou uns pedaços do queijo para os amigos. Mas o mico pula trepa estava preocupado. E quando o Rique Roque ver de novo a Lua no Céu?....Será que não vai desconfiar de nossa brincadeira?
_É mesmo, comentou o Jabuti.
_E todos ficaram pensativos.
_Mas nada aconteceu. Por diversas noites a lua ficou encoberta com nuvens, e choveu muito. E na outra semana a lua já não estava mais redonda. Era tempo de minguante e ela só apareceu fininha e curva. E Rique Roque que andava olhando o céu, ao vê-la assim, comentou com o Jabuti:
_Comi todo o queijo do Céu... Só deixei a casca.
_Esse Rique Roque...
Quando criança fiz o papel de rique roque no colégio de freiras que eu estudava. Minha mãe fez uma roupa cinza que só ficava o rosto de fora e um rabinho com cadarço enorme. E cantavam a música no teatrinho: Roque Roque era um ratinho, bonitinho bonitinho, ia andando pela rua, quando viu no céu a lua, o que será o que será? Rique Roque pensou logo é um queijo é um queijo! Rique roque foi subindo, foi subindo… não lembro o restante da música
ResponderExcluirQue bacana seu relato. Gostei muito S2
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